Brasil: Brasil é o segundo maior exportador de missionários cristãos do mundo
Mais de quatro séculos depois da chegada dos Jesuítas, o Brasil se tornou um significativo "exportador" de missionários cristãos
para o mundo. Segundo o professor Todd Jonhson, do Centro de Estudos do
Cristianismo Global da Universidade Gordon-Conwell houve um aumento de
70% em relação ao ano 2000, quando o país tinha cerca de 20 mil missionários cristãos no exterior, e isso tende a crescer.
Johnson explica que o estudo inclui todos os grupos cristãos,
de católicos romanos a protestantes, pentecostais e igrejas
independentes. Ele ressalta que o número é uma "estimativa aproximada",
já que muitos dos missionários não estão ligados a grandes congregações, e sim a pequenos grupos autônomos e difusos.
A família de Marcos Teixeira, 36 anos é um exemplo, desde 2007 eles atuam como missionários cristãos em Moçambique pela Igreja Evangélica Congregacional
de Bento Ribeiro (RJ). Nos últimos quatro anos, a família construiu uma
escola para crianças de três a cinco anos e uma escolinha de futebol
para meninos de 9 a 17 anos. Eles também acompanham pacientes portadores
de HIV.
Família TRIJU |
A rotina dos missionários é contada no blog familiamatriju.blogspot.com
(o nome é uma combinação de sílabas dos nomes dos integrantes da
família, formada, além de Marcos, por sua mulher, Patrícia, 33, e seus
filhos Juliana, 8, e Carlos Eduardo, 1, nascido em Moçambique).
Evangelizadores cristãos
desde 2003, Marcos e Patricia dizem que anos antes já sentiam um
"chamado" para ir à África, ao ouvir notícias sobre a guerra em Angola.
Também já passaram por África do Sul e Bolívia. "Ainda não fomos a
Angola, mas aprendemos a amar o povo moçambicano."
Passado colonizador
O estilo da família de missionários
se insere no que Todd Johnson descreve como a principal mudança no
cenário da evangelização: "Antes, era uma ação que saía de um poder
colonial rumo a uma colônia" - de Portugal ao Brasil, por exemplo.
"Atualmente, quase toda a prática missionária não se encaixa mais
nisso."
Mesmo no atual período pós-colonial, ele opina que os missionários
ainda seguem sendo uma força política, que lança mão de "enviados" para
evangelizar pessoas de outras religiões. "Além disso, é uma atividade
econômica, uma fonte de emprego."
Johnson também vê laços econômicos com a atividade dos Cristãos.
"Pode ser rentável para as igrejas que estimulam as doações e para os
chamados ‘grupos de prosperidade’ (igrejas baseadas na Teologia da
Prosperidade, movimento que prega o bem-estar material do homem)."
Dificuldades
Para a família de missionários,
porém, os recursos são escassos. "Sem (apoio) contínuo, vivemos com
muitas dificuldades, tiramos sustento do que a igreja nos dá para viver
em Moçambique. Muitas vezes tiramos das nossas compras para suprir as
necessidades dos nossos programas, porque a maioria das crianças
(atendidas) só se alimenta das refeições que oferecemos", ressalta
Marcos.
Além das
dificuldades de adaptação no país do leste africano ele também se
preocupa com o futuro da filha mais velha, Juliana, por achar a educação
precária no país africano. Acha que ficará ali por mais dois anos, mas
pensa em dar continuidade a seus projetos.
BBC|Pátio Gospel Noticias
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