Reflexão: A necessidade da Santificação
Quero começar dizendo que a Salvação em Cristo é de nos
conduzir a santidade, o atributo mais evidente da natureza divina.
O que é a santificação? Acontece de uma vez só, ou é um processo? De que modo ela se relaciona com a
salvação? O que
significa ser santo? Quem
é responsável por nos tornar santos, e o que pode ser feito quando ficamos
aquém da verdadeira santidade?
Essas são algumas perguntas pertinentes ao assunto que iremos
ver.
ü A santificação abrange a Trinidade
humana 1 Ts 5.23
ü Santificados pelo Espírito através da
Palavra Ef 5.25,26
ü A santificação é um processo contínuo
ü A santificação é a vontade de Deus
para o crente
ü A santificação é uma exigência para o
serviço do Senhor
ü Sem a santificação ninguém verá o
Senhor Hb 12.14
1-
Deus é santo. Na Bíblia, e principalmente no Antigo Testamento, o sentido
fundamental da palavra “SANTO” é
separado. O pensamento latente na exortação de Pedro, “sedes vós
também santos”, parece ser: uma vez que o Deus santo os escolheu para ser um
povo Dele, vocês devem igualmente ser santos, caso queiram gozar de sua plena
comunhão. Quando Pedro fala que “é santo aquele que vos chamou” 1 Pe 1.15, usa
o termo hagios que, quando se refere a Deus, dá em primeiro lugar a ideia de
ser separado, e em segundo, dá sua total perfeição moral. A santidade é
o atributo mais revelado de Deus nas Escrituras.
2- Características da santidade de Deus. Deus é essência absoluta da santidade, da bondade e da
retidão, sendo Ele o alvo de toda a busca por santidade, pureza e justiça. A
santidade de Deus é perfeita (1 Sm 2.2) e incomparável (Ex 15.11). É exibida em
seu caráter (Sl 22.3; Jo 17.11), em seu nome (Is 57.15), em suas obras (Sl
145.17) e em seu reino (Sl 47.8).
Santificação
significa “tornar santo”, “separar do mundo”, “consagrar”, “apartar-se do
pecado”, a fim de viver em estreito relacionamento com Deus, servindo-o com
fidelidade e alegria.
É a
transformação da natureza moral e espiritual do crente que o torna participante
da natureza divina, por opor-se ao mal e ao mundo para pertencer exclusivamente
a Deus. E só a Ele servir.
É através da santificação que o crente se aperfeiçoa à
semelhança de Deus. Ela só é possível mediante a atuação da poderosa Palavra de
Deus e do Sangue de Jesus (Jo 17.17; 1 Jo 1.7).
A salvação começa pelo novo nascimento espiritual (2 Co
5.17). O grande alvo da salvação final é que
compartilhemos da imagem e da própria natureza de Cristo, e isto mediante o
processo de santificação, operado pelo Espírito Santo.
Em 2 Ts 2.13 nos mostra que a santificação é a fase presente
da salvação. O mesmo principio doutrinário é visto em 2 Co 7.1.
Fica, assim, claro que a santificação é algo inerente à salvação, e
não opcional. Hebreus 12.14 ensina-nos que sem a santificação ninguém verá o
Senhor.
A
santificação é pré-requisito para a glória futura. Os trechos de Romanos 8.29 e 2
Coríntios 3.18 ensinam que o Espírito Santo nos transforma segundo a imagem de
Cristo (nos santifica), para participarmos de sua natureza e glória.
Esse é um processo que começa aqui, com a santificação do
crente.
À medida que progredirmos espiritualmente, deixamos de lado
as práticas pecaminosas, e somos libertos do pecado que nos dominam. O alvo da santificação, antes de tudo, é
implantar a própria natureza de Deus em nós. Um dia participaremos da natureza do
Pai, porquanto somos filhos de Deus sendo conduzidos à glória (Hb 2.10).
O crente que busca uma vida de santidade não pode se
conformar com as coisas deste mundo, a saber, “as concupiscências que antes
havia em vossa ignorância”.
Observemos que as concupiscências estão associadas à falta de
conhecimento legítimo do que é útil, real e necessário para se ter uma vida que
agrade a Deus. Só cai no erro quem perdeu a visão do reino de
Deus e fixou seu olhar nas ilusões passageiras desse mundo. Há uma separação entre o nosso passado
sem Deus (havia em vossa ignorância) e a nossa posição de santificados em
Cristo.
PRÁTICA DA SANTIFICAÇÃO
1-
Esforço
humano. O aspecto presente da santificação é aquele em que vivemos hoje e que é
gradual. Deus, “que começou a boa obra (em nós), há de completá-la” (Fp 1.6). O
cristão, ao mesmo tempo em que busca o reino de Deus, deve buscar também a sua
justiça (Mt 6.33). A Bíblia diz que “Deus é que efetua em nós tanto o querer,
quanto o realizar, segundo a sua vontade” (Fp 2.13), mas ao mesmo tempo também
diz: “desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12). Portanto,
devemos ter interesses em conhecer tudo o que estiver relacionado à nossa
salvação.
A vida do
crente depende de separar-se voluntariamente, passando a ser controlado pelo
Espírito Santo de Deus, não mais vivendo sob o domínio do pecado, nem sob o
controle da lei, nem da carne, mais dominado pelo Espírito de Deus. O resultado
dessa entrega ao poder do Espírito significa a libertação do pecado na vida
eterna.
Referência na
primeira carta de Pedro cap. 1
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