Brasil: Vereadores do Rio de Janeiro são pressionados a aprovarem kit gay nas escolas
Entidades e defensores dos direitos de
gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais pretendem
pressionar os vereadores do Rio de Janeiro a votar contra o Projeto de
Lei 1.082/2011. Que proíbe a divulgação de qualquer tipo de material
didático com informações sobre diversidade sexual no ensino fundamental e
na educação básica, previsto para ser votado na tarde desta terça
(28/03), em segunda instância, na Câmara Municipal da cidade.
O projeto já
havia sido aprovado na primeira instância, por 21 votos a 9. O texto, de
autoria do vereador Carlos Bolsonaro (PP-RJ), propõe a proibição da
distribuição, exposição e divulgação de material didático que contenham
“orientações sobre a prática da homoafetividade, de combate à homofobia,
de direitos de homossexuais, da desconstrução da heteronormatividade ou
qualquer assunto correlato” nos estabelecimentos de ensino fundamental e
de educação infantil da rede pública municipal do Rio de Janeiro.
O presidente
da entidade Arco-Íris, Julio Moreira, disse que vai acompanhar com
representantes de outros grupos e ativistas de direitos humanos a
votação. “Faremos um ato de desagravo à iniciativa. Todo mês temos casos
de crianças que sofrem homofobia nas escolas pelo Brasil.
Homossexualidade não é uma opção ou escolha. Nasce com o ser humano. De
nenhuma forma um material vai influenciar uma criança a deixar de ser
heterossexual.”
A Associação
Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
(ABGLT) chamou a decisão de retrógrada, “que se dá em função das
consequências da falta de educação para o respeito à diversidade sexual,
as quais marcam a sociedade brasileira por meio da discriminação e a
violência, com todas suas facetas, contra quem é, ou aparenta ser,
diferente neste aspecto”.
Autor da
proposta, o vereador Bolsonaro alegou não ser contrário à discussão
sobre diversidade sexual nas escolas, mas, sim, contra o que chamou de
“propaganda à homossexualidade” para uma faixa etária que, segundo ele,
não tem condições de compreender o assunto. “São crianças de 6, 7, 8 e 9
anos de idade que deveriam ter um ensino de qualidade sobre biologia,
português, matemática. É uma covardia expor as crianças a filmes
pornográficos e orientações que incentivam o homossexualismo. Por que
não investir esse dinheiro público no ensino médio, onde as pessoas já
têm a personalidade formada?”.
O deputado
federal Jean Wyllys (P-SOL) enviou um ofício ao prefeito do Rio, Eduardo
Paes, pedindo que ele “se posicione publicamente contra esse aberrante
projeto, dê orientações à bancada do seu partido para rejeitá-lo e se
comprometa a vetá-lo se for aprovado”. Ele chamou o projeto de Bolsonaro
de “Lei do Bullying”.
“O projeto
legaliza o bullying homofóbico nas escolas, é inconstitucional e vai
contra os avanços conquistados pela sociedade carioca. O espantoso é que
21 vereadores tenham optado por ignorar a realidade do país. Nós,
homossexuais, não nascemos adultos. Um menininho de 6 anos não precisa
apanhar e ser humilhado, porque não gosta de futebol e prefere ficar com
as meninas, por exemplo. De que outra maneira senão com materiais
didáticos e paradidáticos a escola pode desenvolver valores humanistas e
combater o preconceito?”
No ano
passado, o MEC (Ministério da Educação) criou um kit contra a homofobia,
mas o material teve sua produção suspensa, após críticas de líderes
religiosos. O projeto continua em suspenso, mas, no início do mês, o
atual ministro da pasta, Aloizio Mercadante, declarou em uma audiência
pública na Câmara dos Deputados que o kit não é solução adequada para
solucionar o problema de homofobia nas escolas.
Band|Pátio Gospel Noticias
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