Baseado em pesquisas, Psicanalistas comparam alcoolismo com fanatismo religioso
Os psicanalistas Antônio Alves Xavier e Emir Tomazelli pesquisaram
nos últimos dez anos cerca de 5.000 alcoolistas e chegaram à conclusão
de que o alcoolismo não é dependência química, mas que funciona como um
fanatismo religioso.
O resultado dessa pesquisa foi divulgado no livro
“Idealcoolismo” lançado pela Casa do Psicólogo onde eles explicam que o
alcoólatra é um fanático de uma religião individual e autocentrada.
A Folha de São Paulo entrevistou os autores para tentar explicar
melhor essa comparação entre o alcoolismo e a religião, ouvindo também o
processo de cura encontrado por estes estudiosos.
Antonio Alves Xavier explica que ao beber álcool a pessoa não precisa
enfrentar as limitações e frustrações de sua vida. “Vira todo-poderoso e
se entrega a esse ídolo que o faz se sentir onipotente”, diz o
psicanalista.
“Não há uma distância entre o crente e seu deus. Quando alguém toma a
si próprio ou a alguma coisa existente no mundo como deus, cria uma
religião degradada: a pessoa adora falsos ídolos, que, no caso do
alcoólatra, é a bebida. Então acaba sendo uma idolatria”.
Xavier e Emir Tomazelli concordam que o dependente de álcool se torna
uma pessoa individualista e que deixa de se responsabilizar pelo que
faz. “Deixa de ser humano”, diz Tomazelli.
Para tratar essas pessoas eles usam um método chamado de “choque de humanidade”.
“Tentamos dar referências concretas para ele perceber que é humano, limitado, frágil”, diz Xavier.
GospelPrime/via blog mroberto
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