Suposição_Corpo de Jesus estaria enterrado no Japão
O povoado de Shingo, fica a seis horas de carro de Tóquio, capital do
Japão. É uma região montanhosa, coberta de bosques, arrozais e
plantações de macieiras. Mas ela ficou mais conhecida como o local onde
Jesus Cristo está enterrado.
Por isso, desde 1964, no local ocorre anualmente um festival que
comemora a suposta ida do Filho de Deus para o Japão, após sua
crucificação. Segundo a tradição local, Jesus teria escapado da
crucificação, fugido para o Japão, casado com uma japonesa chamada
Miyuko, foi pai de três filhas e morreu com 106 anos de idade.
Essa “lenda” seria comprovada por documentos japoneses de mais de
1500 anos, chamados de Takenouchi. Eles foram revelados por um sacerdote
xintoísta em 1935, e aceitos como o último testamento de Cristo. Ele o
teria ditado quando estava prestes a morrer.
Embora os originais tenham sido destruídos durante a guerra, uma
cópia desses pergaminhos foi preservada e está dentro de um armário de
vidro no “Museu Lenda de Cristo”. Obviamente discordam da versão
bíblica, que relata a crucificação de Jesus no monte Calvário em
Jerusalém para remir os pecados da humanidade e sua ressureição três
dias depois.
Numa confusa tentativa de conciliar os dois relatos, os moradores de
Shingo explicam que Cristo tinha um irmão gêmeo chamado Isukuri. Foi ele
quem teria morrido na cruz. A partir dai, Cristo teria escapado dos
romanos, indo a pé até a Ásia. Foram quatro anos de jornada, levando
consigo a orelha decepada desse irmão e um cacho dos cabelos de Maria,
sua mãe. Chegando a Shingo, decidiu passar ali o resto de sua vida.
A celebração anual atrai centenas de turistas. É possível ver
mulheres vestidas de quimono dançando em torno do suposto túmulo, onde
há dois montes, cada um tem uma cruz em cima para lembrar da
crucificação. Na cidade existe um museu que tenta provar que o homem que
o restante do mundo conhece como o carpinteiro Jesus, ali foi um
plantador de alho chamado de DaitenkuTaro Jurai.
Mas a história não acaba aí. Uma placa ao lado do túmulo diz: “Quando
Cristo tinha 21 anos, ele veio ao Japão, onde passou 12 anos em busca
de conhecimentos de divindade”. Somente então teria retornado à Judéia,
aos 33 anos. A sabedoria adquirida no Oriente permeava seus
ensinamentos, que foram rejeitados e ele acabou sendo perseguido e
preso, acusado de heresia.
Após a crucificação do irmão, Daitenku simplesmente decidiu andar os
mais de 10 mil quilômetros de volta à terra onde estudara. Depois de
morto, seu corpo ficou no alto do monte por quatro anos, quando
finalmente foi sepultado.
O Japão tem 127 milhões de habitantes. Menos de um por cento se
considera cristão. Não há igreja cristã em Shingo, onde a maioria dos
habitantes é budista. Eles acreditam que o “espírito de Jesus” ainda
está sobre a região e por isso é cultuado. Curiosamente, a cultura local
é cheia de referências aos judeus. Palavras do vocabulário local
incluem termos que parecem mais com hebraico que japonês e estrelas de
Davi estão presentes em roupas e adereços.
Existem duas versões sobre o surgimento dessa lenda. O pastor
aposentado e especialista em religiões comparadas, Arimasa Kubo,
acredita que Shingo pode ter recebido descendentes da famosa “tribo
perdida de Israel”, que levaram a influência judaica e o relato sobre
Jesus.
A outra teoria é que alguns missionários cristãos chegaram naquela
região no século 16, levando a história de Jesus. Alguns dos primeiros
convertidos da região de Shingo teriam sido perseguidos e um deles teve
sua história de vida confundida com a de Cristo, que ele contava.
Com informações de Smith Sonian Mag.
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