Estudo Bíblico: O que é e não é estado intermediário dos mortos
O
estado intermediário representa um lugar espiritual fixo onde as almas e os
espíritos dos mortos aguardam a ressurreição de seus próprios corpos, para
apresentarem-se, posteriormente perante o Supremo Juiz.
Não é Purgatório: Heresia lançada pelos católicos romanos para
identificar o sheol-Hades como lugar de prova, ou de segunda oportunidade, para
as almas daquelas pessoas que não conseguiram se purificarem o suficiente para
galgarem o céu. Declara a doutrina romana que é uma forma desses mortos serem
provados e submetidos a um processo de purificação. Entretanto, essa doutrina
não tem base na Bíblia e é feita sobre premissas falsas. Se o Purgatório fosse
uma realidade, então a obra de Cristo não teria sido completa. Se alguém quer
garantir sua salvação eterna, precisa garanti-la em vida física. Depois da
morte, só resta a ressurreição.
Não é o Limbus Patrum. O vocábulo limbus significa borda, orla. A idéia é
paralela ao purgatório e foi criada pelos católicos romanos para denotar um
lugar na orla ou na borda do inferno, onde as almas dos antigos santos ficavam
até a ressurreição. Ensina ainda essa igreja que o limbus patrum(pais) era
aquela orla do inferno onde Cristo desceu após sua morte na cruz, para libertar
os pais(Santos do antigo testamento) do seu confinamento temporário e levá-los
em triunfo para o céu. Identificam “ o seio de Abraão” como sendo o limbus
patrum (Lc 16.23). Mas, o limbus patrum não tem apoio bíblico, e nem existe uma
orla para os pais(santos antigos).
Não é limbus infantus : A palavra infantus refere-se às crianças. Na doutrina
romana, havia no Sheol-Hades um lugar especial de habitação das almas de todas
as crianças não batizadas. Segundo essa doutrina, nenhuma criança não batizada
pode entrar no reino do céu. Por outro lado, é inaceitável a idéia do limbus
infantus como um lugar de prova, também, para crianças.
Não é um estado para reencarnações: Não é um lugar de migrações e perambulações espaciais.
Os espíritas gostam de usar o texto de Lucas 16.22,23, para afirmarem que os
mortos podem ajudar os vivos. Mas Jesus, ao ensinar sobre o assunto, declarou
que era impossível que Lázaro ou algum outro que estivesse no Paraíso saísse
daquele lugar para entregar mensagem aos familiares do rico, Jesus disse que os
vivos tinham “a lei e os profetas”, isto é, eles tinham as Escrituras. Os
mortos n,ao podiam sair de seus lugares para se comunicarem com vivos.
Portanto, é uma fraude afirmar essa possibilidade de comunicação com os mortos.
Usam equivocadamente João 3.3 para defenderem a idéia de reencarnação. Vários
textos bíblicos anulam essa falsa doutrina
(Dt
18.9-14; Jô 7.9,10; Ec 9.5,6; Lc 16.31).
O que é estado intermediário:
É uma habitação espiritual fixa e
temporal. Biblicamente, o estado intermediário
é um modo de existir entre a morte física e a ressurreição final do corpo
sepultado.
No
antigo testamento, esse lugar é identificado como sheol (no hebraico), e no
novo testamento como hades(no grego). Os dois termos dizem respeito ao reino da
morte (Sl 18.5; 2Sm 22.5,6). É um lugar espiritual em que as almas e espíritos dos mortos habitam fixamente até
que seus corpos sejam ressuscitados, para a vida eterna ou para perdição
eterna. É o estado das almas e espíritos, fora dos seus corpos, aguardando o
tempo em que terão de comparecer perante Deus.
È um estado lugar de consciência ativa e
ação racional: Segundo Jesus
descreveu esse lugar, o rico e Lázaro participam de uma conversação no
sheol-hades, estando apenas em lados diferentes (Lc 16.19-31). O Apostolo Paulo
descreve-o, no que tange aos salvos, como um lugar de comunhão com o Senhor
(2Co 5.6-9; Fp 1.23). A Bíblia denomina-o como um lugar de consolação “seio de
Abraão” ou paraíso Lc 16.22,25; 2Co 12.2-4. Se fosse um lugar neutro para as almas
e espíritos dos mortos, não haveria razão para Jesus identificá-los com os
nomes que deu. Da mesma forma, o lugar de tormento não teria razão de ser, se
não houvesse consciência naquele lugar. Rejeita-se segundo Bíblia, a teoria de
que o sheol-hades é um lugar de repouso inconsciente.
A
Bíblia fala dos crentes falecidos como “os que dormem no Senhor” (1Co 15.6; 1Ts
4.13), e isto não refere-se a uma forma de dormir inconsciente, mas de repouso,
de descanso. As atividades existentes no sheol-hades não implicam que os mortos
possam sair daquele lugar, mas que estão retidos até a ressurreição de seus
corpos para apresentarem perante Deus (Lc 16.19-31; 23.43; At 7.59).
O Sheol-Hades antes e depois do Calvário
Antes do Calvário: O sheol-hades dividia-se em três partes distintas.
Para entender essa habitação provisória dos mortos, podemos ilustrá-los por um
círculo dividido em três partes. A primeira parte é o lugar dos justos, chamada
paraíso, seio de Abraão, lugar de consolo (Lc 16.22,25; 23.43). A segunda é a
parte dos ímpios, denominada lugar de tormento (Lc 16.23). A terceira fica
entre a dos justos e a dos ímpios, e é identificada como lugar de trevas, lugar
de prisões eternas, abismo (Lc 16.26; 2Pe 2.4; Jd v 6. Nessa terceira parte foi
aprisionada uma classe de anjos caídos, a qual não sai desse abismo, senão
quando Deus permitir nos dias da Grande Tribulação (Ap 9.1-12). Não há qualquer
possibilidade de contato com esses espíritos caídos, habitantes do poço do
abismo.
Depois do Calvário: Houve uma mudança dentro do mundo das almas e
espíritos dos mortos após o evento do Calvário. Quando Cristo enfrentou a morte
e a sepultura, e as venceu, efetuou uma mudança radical no sheol-hades (Ef 4.9-10; Ap 1.17,18). A parte do paraíso foi
transladada para o terceiro céu, na presença de Deus ( 2Co 12.2,4),
separando-se completamente das partes inferiores onde continuam os ímpios
mortos.
Somente,
os justos gozam dessa mudança em
esperança pelo dia final quando esse estado temporário se acabará, e viverão
para sempre com o Senhor, num corpo espiritual ressurreto.
Concluindo
que essa doutrina bíblica fortalece a nossa fé ao dar-nos segurança acerca dos
mortos em Cristo, e é a garantia de que a vida humana tem um propósito elevado,
além de renovar a nossa esperança de estar para sempre com o Senhor.
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