Reflexão: A ansiedade pelas coisas temporais
A ambição e a cobiça, por serem formas de auto-adoração
afasta o homem de Deus e dos seus valores, comprometendo a estabilidade da
família.
O que mais causa ansiedade nas pessoas é o demasiado apego aos
bens matérias, à riqueza, principalmente ao dinheiro. Jesus deixou bem claro
que ninguém pode ao mesmo tempo servir a Deus e às riquezas. Servir as riquezas
é colocarmos nelas nossa esperança, segurança, fé e felicidade imaginando que
somente elas são capazes de garantir nosso futuro. É óbvio que Cristo não quis
dizer que é errado o cristão tomar providências para suprir suas futuras
necessidades materiais. O que ele realmente reprova é a preocupação angustiosa
e a dedicação exclusiva as coisas terrenas que pode tornar-se ambição, cobiçam,
e o que é pior, falta de fé no cuidado e amor de Deus.
AMBIÇÃO: De modo geral, ter ambição é desejar
ardentemente alcançar um objetivo ou objeto, não importando as consequências
éticas deste desejo.
A ambição tem um aspecto negativo que se fundamenta na teoria
de que a felicidade está na aquisição de poder, status e riquezas. Jesus em
seus ensinamentos assegurou-nos exatamente o contrário: o maior tesouro que o
homem pode ter é a salvação de sua alma (Mt 16.26). Não há paz baseada
simplesmente na acumulação de bens materiais. Porque, enquanto mais a pessoa tem
mais preocupada e angustiada ela fica por mantê-los. Feliz é o homem que
deposita sua confiança no Senhor (Jr 17.7,8).
A ambição leva o homem a esforçar-se sem limites para obter
bens, conforto e luxo. Faz com que ele quase sempre ponha o amor em segundo
plano e sacrifique a dignidade de toda a família, às vezes, humilhando-a,
constrangendo-a e provocando total desestrutura no lar.
É dever de o cristão prover as necessidades do lar e
propiciar as oportunidades de crescimento para sua família, mas sem perder de
vista o equilíbrio e a sensatez na aquisição daquilo que Jesus qualifica como
necessário ( Mt 6.25-34). Jamais podemos esquecer de que tudo que nos é dado
provém das mãos do Todo Poderoso. Portanto a ele seja a honra, a glória e o
poder para sempre.
A ambição torna o homem egoísta, modifica seus valores e
transforma a maneira de agir com seus semelhantes, antes, os tratava com
dignidade e respeito, mas agora, como meios de se conseguir as coisas. Isso
contraria a essência do cristianismo que é o Amor (MT 22.37-40). Os ambiciosos
sequer consideram as questões éticas, uma vez que a ética é a ciência que
norteia o comportamento do humano. Quando se chega a este ponto, certamente o
amor de Deus derramado pelo Espírito Santo não arde mais nos corações (Rm 5.5).
Os crentes ambiciosos são péssimos exemplos para os filhos,
principalmente para os adolescentes cujo caráter está em formação e que
invariavelmente confrontam os valores aprendidos com as atitudes dos pais. É
importante lembrar que os pais são os principais referenciais dos filhos, quer
positivo, quer negativo (2 Rs 15.34; 21.19-21).
COBIÇA: é um desejo impetuoso, violento e
desiquilibrado de adquirir bens materiais. Ela difere da ambição apenas por ser
mais forte e mais nociva. Enquanto a ambição restringe-se ao desejo veemente e
sôfrego de possuir bens materiais, a cobiça inclui até a tentativa de
apossar-se do que pertence ao próximo. Neste padrão de conduta, qualquer sacerdote
do lar está fadado a uma desventura inicialmente pessoal e depois, pelo fato de
ser o chefe da família, ensejar o sofrimento de todos os outros membros. A
cobiça promove à alienação de Deus, a opressão, a traição, a desonestidade e
todo tipo de crueldade contra o seu próximo. A partir daí entra no coração do
homem o orgulho, a arrogância, a presunção e a altivez de espírito, Deus
abomina tais coisas (Pv 16.5; Tg 4.6,16).
Vejamos: consequências da ambição e da cobiça
Exemplo de Ló: A ruína da família de Ló teve inicio
em função do apego desenfreado aos bens materiais (Gn 13.6). Enquanto Abraão,
demonstrando fé em Deus e altíssimos valores éticos, abriu mão daquilo que lhe
era de direito e concedeu a seu sobrinho a prioridade de escolha, Ló não hesitou
em optar pelos campos mais férteis, que lhe traria melhores condições de
crescimento material. A ambição desmedida torna o homem cego e inconsequente.
Ló não consultou a Deus nesta tomada de decisão, ele se esqueceu do principio
divino de que o melhor para o homem é aquilo que traz benefício pra a sua alma.
Assim, ele partiu com sua família para as pastagens de Sodoma e Gomorra,
cidades de homens maus e grandes pecadores contra o Senhor (Gn 13.13). Ló foi
influenciado pelos valores daquelas cidades cujo pecado cheirava mal, ele
enriqueceu-se de muitos bens, porém tudo isto não lhe garantiram segurança a
sua família. Contudo, diante de tudo isso, Deus ainda estava interessado no bem
de seus familiares a ponto de arrancá-la daquele lugar (Gn 19.16). Todavia, sua
esposa estava com o coração nos prazeres das cidades e isto resultou em sua
morte.
Exemplo de Acã: este também se deixou levar pela
cobiça, Josué havia dado uma ordem:...”guardai-vos
do anátema... toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal e de ferro são
consagrados ao Senhor; irão ao tesouro do Senhor” (Js 6.18,19). Acã viu uma
capa Babilônica entre os despojos e a cobiçou desconsiderando a ordem dada por
Josué, tomou além, muitos outros utensílios cujo destino era a casa do Senhor.
Como consequência dessa atitude irresponsável pereceu com sua família e todos
os seus bens (Js 7,1-26).
Exemplo de Ananias: Aqui Lucas registra um fato que não
se constitui modelo para nenhum chefe de família. Trata-se de Ananias que
juntamente com sua mulher venderam suas propriedades, reteve parte do preço.
Esta atitude retrata a cobiça enraizada no seu coração, comprovada pelo uso do
verbo reter. Neste caso, infelizmente, a ambição, a cobiça e a avareza
triunfaram sobre a verdade, resultado: MORTE (At 5.1-10).
“Jesus disse que
podemos ter apenas um mestre ou senhor, vivemos em uma sociedade materialista,
onde muitas pessoas servem ao dinheiro”. Gastam toda vida acumulando-o,
mesmo sabendo que, ao morrer nada poderá leva-los. O desejo de “certas” pessoas
pelo dinheiro e por aquilo que este pode comprar é muito superior a seu
comprometimento com Deus e com os assuntos espirituais
Meu amigo (a) não caia na armadilha materialista, porque o
amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1Tm 6.10).Você pode dizer
honestamente que Deus, e não o dinheiro, é o seu senhor? Um bom teste é
perguntar a si mesmo quem ou o que ocupa mais seus pensamentos, seu tempo e
seus esforços.
Jesus contrastou os valores celestiais com os terrenos quando
explicou que a nossa vida deve ser direcionada para as coisas que não desaparecerão
e que não podem ser roubadas ou consumidas e que nunca se desgastam. Por causa
dos efeitos maléficos da preocupação, Jesus recomendou que não ficássemos
ansiosos por causa das necessidades que Deus promete prover.
Detalhe: A preocupação
pode:
(1) prejudicar a saúde;
(2) reduzir nossa produtividade; (3) afetar negativamente o modo como tratamos
os outros; (4) diminui nossa confiança em Deus, quanto destes efeitos maléficos
você esta experimentando? Aqui está a diferença entre a preocupação e o
interesse genuíno: “a preocupação nos imobiliza, mas o interesse nos leva a
ação”.
E por fim, buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça
significa priorizar Deus em nossa vida. O que é realmente importante para você?
Marcio Roberto
Category: Reflexões












0 comentários