Noticia: Doutor Dráuzio Varella diz que movimento contra o aborto é “fascismo em nome de Deus”
A militância contra o aborto foi duramente criticada pelo doutor
Dráuzio Varella, médico e escritor conhecido por seus livros, como
Estação Carandiru, e também por suas séries sobre saúde no Fantástico,
da TV Globo.
Num artigo escrito para a Folha de S. Paulo, Varella condenou os
protestos dos movimentos contrários ao aborto que repudiam a sanção da
presidente Dilma Rousseff (PT) ao projeto de lei 03/2013, que permite a
“profilaxia da gravidez” através da “pílula do dia seguinte” nos
hospitais da rede pública.
Segundo Varella, esse movimento pratica “fascismo em nome de Deus” e
questionou se “um Estado laico tem direito de submeter a sociedade
inteira a uma minoria de fanáticos” que desejam “impor suas
idiossincrasias e intolerâncias em nome de Deus”.
A principal queixa do doutor foi um documento enviado pela liderança
do movimento Pró-Vida à presidente, dizendo que a sanção do projeto –
que no final das contas aconteceu – causaria “grande atrito” entre os militantes.
“As consequências chegarão à militância pró-vida causando grande
atrito e desgaste para Vossa Excelência, senhora presidente, que
prometeu em sua campanha eleitoral nada fazer para instaurar o aborto em
nosso país”, dizia o documento.
Varella dá a entender em seu artigo que interpretou o teor do
comunicado da militância contra o aborto como uma chantagem: “Quem são, e
quanto são, esses arautos da moral e dos bons costumes. De onde lhes
vem a autoridade para ameaçar em público a presidente da República?”,
questionou.
Ateu, Varella já se declarou favorável ao aborto em outras ocasiões, e
questionou a motivação do movimento contrário à legalização da prática:
“Em que documento está registrada a palavra do Criador que os nomeia
detentores exclusivos da verdade? Quanto sofrimento humano será
necessário para aplacar-lhes a insensibilidade social e a sanha
punitiva?”.
As bancadas evangélica e católica, além de lideranças cristãs, como a
Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pressionam o governo
para modificar a lei e revogar a legalização do uso da “pílula do dia
seguinte” na rede do Sistema Único de Saúde. Gospel + com informação do blog
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