Noticia: Bancadas evangélicas lutam pelo fim de impostos para Igrejas
Um esforço coordenado de bancadas evangélicas em vários Estados do
país permitiu a aprovação de leis oferecendo isenção de ICMS além dos
impostos em contas de luz, água e telefone de igrejas.
Muitos dos
autores são parlamentares do PRB, ligados à Igreja Universal. Alguns
projetos são “clonados”, com muitos trechos iguais sendo apresentados em
diferentes partes do país.
Já foram sancionadas em Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em outros seis Estados,
as Assembleias ainda analisam a provação do benefício. Em quatro
Estados, governadores já vetaram leis desses tipo. Alegam que a
Constituição fala em isentar a tributação sobre renda e patrimônio de
templos religiosos. Contudo, isso não envolve um imposto sobre
mercadorias e serviços.
Somando as contas de energia e telefone, o ICMS cobrado costuma ser
de 25% do valor cobrado. O governo de Santa Catarina, por exemplo,
estima que há uma perda de R$ 2,8 milhões por ano com o benefício que
recebem cerca de 9.500 templos. O governo do Paraná recorreu ao Supremo
Tribunal Federal para derrubar a lei. Perdeu a causa. Os ministros
disseram na sentença que a Constituição garante imunidade a impostos a
“templos de qualquer culto”.
Cesar Binder, procurador do Estado do Paraná que acompanhou a causa
no STF, lamenta. Para ele o governo acaba abrindo um precedente
perigoso. “Pode levar ao descontrole. Se todas as aquisições [compras]
são isentas ou não incidem tributo, vira o caos. Todo dia são realizadas
milhares de operações por essas pessoas, templos e igrejas.”
Para os deputados autores desses projetos, a cobrança de ICMS é
ilegal. Defendem não estar criando um benefício novo, mas apenas
regulamentando o que está previsto na Constituição. Além disso, defendem
que a medida irá promover “maior eficácia à liberdade religiosa” ao
contribuir para o “trabalho social” das igrejas.
O autor da proposta em São Paulo, deputado Gilmaci Santos (PRB),
defende: “Em igrejas maiores, com vários templos, as contas ficam lá em
cima e pesam bastante”. Ele tem conhecimento de causa, pois é pastor da
IURD.
Ricardo Mariano, professor de sociologia e pesquisador de religiões,
acredita que a iniciativa visa angariar simpatia dos fieis aos membros
das bancadas evangélicas. Para ele, os deputados eleitos pelo voto das
igrejas precisam “mostrar serviço” para fiéis e tentam obter privilégios
como o financiamento público de suas atividades. Com informações Terra e Folha de SP.
Category: Destaques Nacionais
0 comentários