Noticia: Só Deus poderia evitar um ataque terrorista diz secretário de segurança do Amazonas.

A declaração foi dada em resposta à afirmação do diretor-presidente do Counter Terrorism Experts Internacional (Cetta), Geremias de Jesus Júnior, de que o atraso, a falta de planejamento em segurança para grandes eventos e erros de projeto fazem de Manaus uma das subsedes da Copa mais vulneráveis a ataques terroristas.
O especialista esteve na capital semana passada, ministrando a palestra sobre ‘Operações de Inteligência, Planejamento e Prevenção Antiterrorismo para Segurança de Grandes Eventos’.
Segundo Geremias, locais de grande concentração de pessoas como a Arena da Amazônia, shoppings, hotéis e até reservatórios de água são os mais visados à prática de ataques com explosivos ou substâncias químicas e que demandam vigilância.
A um mês da abertura do mundial, Geremias chama a atenção para a vulnerabilidade da Arena da Amazônia que, segundo ele, deve ser uma das preocupações do sistema de segurança pública, por colocar “em xeque a integridade dos torcedores em caso de ataque à bomba”.
“Em termos de quem pensa em se prevenir de um ataque terrorista, posicionar o estacionamento de um estádio embaixo de arquibancadas, como ocorre na Arena da Amazônia, jamais será adequado, com resultados desastrosos caso um artefato seja deflagrado”, disse.
Para o especialista, esta falha, associada a existência de passagens subterrâneas para a atividade de carga e descarga de mercadorias, assim como acessos laterais, demandarão vistorias rigorosas de veículos, para evitar que bombas sejam posicionadas no estádio.
Para o presidente da Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil para Grandes Eventos no Estado do Amazonas (Coesge/AM), coronel Dan Câmara, a segurança não é concebida no local onde o evento acontece, mas na evitabilidade do acesso de terrorista às subsedes. “Todos que acessarem a Arena da Amazônia passarão por scanners. Foram investidos quase R$ 4 milhões só em treinamento de pessoal. Acredito que para afirmar que estamos atrasados é preciso dizer a qual País estamos sendo comparados”, afirmou.
Segundo o secretário Vital, o plano de segurança do Amazonas já está pronto e homologado pelo governo do Estado, com todos os detalhes da atuação das forças de policiamento, controle, logística, mobilidade urbana, inteligência, comunicação social, segurança privada, socorro e emergência e polícia judiciária.
Fragilidade
Geremias afirma que não só o governo, mas também os hotéis, que são alvos fáceis devido a grande rotatividade de hóspedes, devem investir no treinamento de funcionários, mapear a entrada e saída de clientes e levantar as principais vulnerabilidades dos prédios, para tentar se antecipar a ações criminosas.
“É abrir um leque de critérios de lugares prováveis de ataque e começar a suplantar isso através de uma estrutura de prevenção. Não existe uma segurança 100% em nenhum lugar do mundo, mas é possível criar sistemas que dificultam esse tipo de ação”, afirmou.
Para o especialista, ainda mais perigoso que o atentado com explosivos, a liberação de substâncias químicas compõe o segundo tipo de ataque mais passível de ocorrência em Manaus. “Quando se fala de ataque com elemento químico em canais de ventilação, reservatórios de água devem ser vistoriados e monitorados porque algo colocado no ar ou na água e que propaga no ambiente demanda cuidado”.
Atrasos no cadastramento de estrangeiros, com antecedência de pelo menos dois anos; treinamento contínuo da tropa, assim como de equipes de prevenção, de inteligência e de pós-acontecimento composta por Defesa Civil e Corpo de Bombeiros são algumas das falhas, apontadas por Geremias e “deixam clara a falta de preparo da capital para receber delegações como Itália, Estados Unidos e Inglaterra, com histórico de terrorismo”.
“O ideal era ter começado a pensar em tudo isso a partir do momento que se teve a resposta que o evento aconteceria no Brasil. Caso um atentado se concretize, a equipe destinada a entrar em ação está preparada? Tudo isso tem que ser pensado e o que eu observo é que em termos de tempo, nós estamos bem atrasados quanto a esse tipo de preparação”.
Fronteira
Porta de entrada de todos os tipos de artefatos utilizados por grupos extremistas, a fronteira do Amazonas, 6,8 mil quilômetros, segundo o especialista deve ser vista como um outro importante trunfo de terroristas caso uma ação esteja sendo programada para Manaus durante a Copa.
“Na fronteira, armas e explosivos podem passar tanto completos como peça por peça, ou seja, daqui a pouco eles teriam uma estrutura montada. E quando eu falo em terrorismo, estou me referindo a grupos como Al-Qaeda e Hezbollah até um lobo solitário que age isoladamente”, afirmou.
Com o Plano Tático Integrado de Segurança Pública para a Copa do Mundo apresentado ontem, o coronel Dan Câmara afirma que ameaças como aumento da criminalidade, atuação de movimentos sociais, greves do transporte público e fenômenos naturais estão entre as pontuadas pelo sistema de segurança, como passíveis de ocorrerem durante o mundial.
“Os planos são voltados para grandes eventos como Carnaval, Réveillon e a Copa. Em termos de segurança não tivemos nenhum incidente na Arena da Amazônia, sendo o Amazonas referência em termos de aplicação destes planejamentos”, informou.
Fonte: D24am
Category: Destaques Nacionais
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